Fazenda em Taboão da Serra? Sim! O que parece praticamente impensável na cidade de mais de 300 mil habitantes e mais adensada do Brasil é verdade! Apesar de hoje o município ser quase que totalmente urbanizado, ainda resiste raríssima atividade agrícola. Uma está na região do Jardim São Judas, mais precisamente no Jardim Maria Helena. Quem passa pela Avenida Cid Nelson Jordano, na altura do número 1386, consegue ver do Jardim Salete a charmosa área de cultivo.
Conduzida pela família Hamada, a mini fazenda foi iniciada no fim da década de 1920. Portanto, antes mesmo de Taboão da Serra ser cidade (a emancipação se deu em 1959). Quem deu início às plantações no local, assim que chegou do Japão com a família, foi Toshiharo Hamada, já falecido. Há muitos anos, quem cuida do local com o mesmo empenho é Mário Hamada, filho de Toshiharo. Diariamente, a fazenda se dedica ao cultivo de milho e quiabo, principalmente.
Em entrevista exclusiva ao Jornal SP Repórter, Mário contou que o crescimento urbano da cidade é evidente nas últimas décadas e que essa tendência é inevitável. “Isso não tem jeito. É o desenvolvimento. Temos que compartilhar com ele. Não tem jeito de querer segurar muito tempo a agricultura no Taboão. As novas gerações já não querem mais lidar com isso. A tendência é mesmo que a agricultura acabe em Taboão”.
Contexto histórico dos japoneses em Taboão da Serra
Taboão da Serra recebeu e recebe uma contribuição histórica dos japoneses para o desenvolvimento econômico, político, cultural e histórico. Numa forma de homenagear todo este legado, no dia 18 de junho de 1990, o então prefeito Armando Andrade inaugurou o Monumento da Imigração Japonesa na Praça Nicola Vivilechio.
Desde o começo do século, estes imigrantes participaram de toda a vida política e econômica da cidade, antes mesmo da emancipação. Hosuke Hataka, por exemplo, fez parte da comissão inicial que pedia a emancipação do então Distrito de Taboão da Serra.
Algunes outros foram depois vereadores e representantes na política local. Talvez, o principal exemplo foi o ex-vereador Mituzi Takeuti. Além disso, no passado, muitas famílias japonesas trabalharam na produção agrícola em terras taboanenses.
Um desses principais nomes foi Kizaemon Takeuti, que atuava nos campos da região do Pirajuçara. No bairro, em sua homenagem, inclusive, a principal avenida leva seu nome.
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