Em 1963, Taboão da Serra fez história ao eleger Laurita Ortega Mari como prefeita, tornando-a a primeira mulher a ocupar esse cargo no Brasil após a redemocratização de 1946. Laurita venceu a eleição e governou o município entre 1964 e 1969, período em que se destacou por sua gestão voltada ao bem-estar social e à consolidação da jovem cidade, emancipada apenas em 1959.
Nascida no Rio de Janeiro em 1908, Laurita mudou-se para São Paulo após se casar com Francisco Ettore Pedro Mari. O casal enfrentou dificuldades financeiras que os levaram a residir em uma chácara na então Vila Poá, onde fundaram um matadouro avícola. A experiência de vida e os contatos com a alta sociedade paulista aproximaram Laurita do ex-governador Adhemar de Barros, de quem se tornou aliada política.
Antes de sua eleição como prefeita, Laurita já contribuía para o desenvolvimento de Taboão da Serra, trazendo conquistas como a instalação do Ginásio Estadual junto ao Grupo Escolar do Maria Rosa. Durante seu mandato, ela implementou melhorias na Estrada Kizaemon Takeuti, lançou programas de assistência à população, como cursos de alfabetização de adultos, e construiu o Cemitério da Saudade. Laurita também ficou conhecida por utilizar os veículos de sua granja para transportar enfermos para hospitais na capital, devido à precariedade dos recursos municipais.
Após deixar a prefeitura, Laurita foi eleita vereadora em 1969, sendo a mais votada. Tentou retornar à prefeitura em 1976, obtendo a maioria dos votos, mas, devido às regras eleitorais da época, não assumiu o cargo. Faleceu em 20 de outubro de 1977 e foi sepultada no Cemitério da Saudade.
Em reconhecimento ao seu legado, a cidade homenageia Laurita Ortega Mari com uma avenida que leva seu nome, uma escola estadual no Pirajuçara e a Medalha Laurita Ortega Mari, entregue anualmente na Câmara Municipal às mulheres que contribuem significativamente para o desenvolvimento de Taboão da Serra.
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