A arrancada liderada por Felipão no ano passado que colocou o Palmeiras no topo do Campeonato Brasileiro só pode ser descrita como inesquecível. Em um empreendimento incrível, o então desacreditado técnico desde a Copa do Mundo de 2014 mostrou ao brasileiro que ele ainda tinha em seu poder a habilidade de extrair de seus comandados o máximo de futebol.
Assim ele o fez, conseguindo 22 jogos invictos com o Verdão no Brasileirão e quase realizando algo semelhante na Libertadores e na Copa do Brasil. Na copa continental, foi o finalista Boca Juniors quem parou o time paulista. Já na copa nacional, os algozes foram o também finalista – e campeão – Cruzeiro.
Avançando para a temporada 2019, as expectativas eram de dar continuidade ao trabalho até aqui surpreendente do veterano gaúcho. Como já de costume, o Palmeiras, com o auxílio do seu patrocinador master e patrono, não deixou de gastar no mercado de transferências. Chegaram novos jogadores para quase todas as posições do campo e bola, destacando-se nomes como o lateral-direito Marcos Rocha, ex-Atlético Mineiro, e o meia-atacante Zé Rafael, vindo do Bahia.
O início do ano não foi lá tão positivo. No confronto com o São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista, o time do Morumbi conseguiu segurar Felipão e seus jogadores no 0 a 0, tanto na ida quanto na volta. E, na “loteria” dos pênaltis, o sorteado foi o São Paulo.
A compensação foi a forte campanha na fase de grupos da Copa Libertadores. A única derrota veio contra o San Lorenzo da Argentina, fora de casa. De resto, apenas vitórias de forma até dominante, com a defesa palmeirense sofrendo gol apenas na derrota contra o clube portenho.
Já no Brasileirão, a defesa do título começou bem forte. Após o susto com um empate por 1 a 1 com o recém-promovido CSA, o Palmeiras seguiu uma sequência de sete jogos invictos. Logo se confirmaram as expectativas das apostas esportivas online, que já davam sinal de que a briga seria entre o antigo campeão, o rival estadual Santos, e os cariocas do Flamengo.
O problema é que o gás dessa sequência vitoriosa simplesmente acabou. Foram-se embora as vitórias e entraram os empates e as derrotas. Uma maré que afetou até a campanha na Copa do Brasil, com a eliminação nas quartas de final para o Internacional – um outro potencial rival ao Brasileirão – nos pênaltis em Porto Alegre.
Hoje, o clima no clube é pesado. Nem mesmo o sinal de recuperação na Copa Libertadores, com a acachapante vitória por 4 a 0 sobre o Godoy Cruz para colocar os palmeirenses nas quartas de final da competição continental, serviu para aliviar a pressão sobre o time da Barra Funda.
Apenas uma saída parece existir para o time: reencontrar o caminho da consistência. Para tanto, mais reforços foram adicionados. Chegaram o meio-campo Ramires e o centroavante Henrique Dourado após passagens pela China, além do atacante Luiz Adriano, dos russos do Spartak Moscow, e o zagueiro Vitor Hugo, vindo da Fiorentina.
Até o dia 9 de agosto, nenhum deles ainda tinha feito sua estreia pelo Palmeiras. E, assim, ainda não se sabe se eles trazem à equipe a reconquista da sua confiança. O que se sabe é que são nomes de peso, com experiência internacional e currículo que pouco necessita de defesa. O que se questiona é se essa filosofia de contratações do time está ou não encontrando seu esgotamento.
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