O Palmeiras é um time que já tem um histórico de ganhar generosos patrocínios e usar seus recursos para ganhar títulos. Isso é algo que vem em contrapartida a equipes similares, como o rival carioca Fluminense, cuja parceria de 15 anos com o plano de saúde Unimed garantiu apenas dois títulos do Campeonato Brasileiro.
No caso do alviverde paulista, as alianças mais marcantes foram com a Parmalat e com a Crefisa. A primeira, que foi de 1993 a 1999, viu o Palmeiras levantando a taça de dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Taça Mercosul e também uma Copa Libertadores. A segunda, por sua vez, que começou em 2015 e ainda está de pé, já igualou a Parmalat quanto ao número de troféus nacionais (dois Brasileiros e uma Copa do Brasil).
Tanto com a Parmalat quanto com a Crefisa, o “segredo” do Palmeiras era ter acesso a quantidades de dinheiro maiores do que a de seus rivais por meio destes patrocínios. Entretanto, de nada adianta ter esses recursos sem saber onde utilizá-los, e foi aí que o Verdão mais acertou nestes anos com grana de sobra.
Os acertos e os títulos consequentes entre 2016 e 2018 pareciam o prenúncio de uma potencial dinastia no futebol brasileiro. Mesmo com decepções a nível internacional, a confiança no trabalho guiado por Alexandre Mattos, diretor de futebol que trabalhou no Cruzeiro bicampeão do Campeonato Brasileiro em 2013 e 2014, era alta. O mesmo valia para o técnico Luiz Felipe Scolari, que havia voltado para o Brasil após passagem pelo futebol chinês.
Entretanto, o futebol é fluido tanto dentro quanto fora do campo. Algo que parece um pequeno reajuste pode ter repercussões enormes em pouco tempo dentro do esporte, podendo assim construir novos reinos e destruir velhos tronos, algo que o Palmeiras acabou testemunhando no ano passado.
Isso pode ter pego muitos torcedores do Palmeiras de surpresa, mas não foi esse o caso para aqueles que já acompanhavam o futebol por meio de plataformas de apostas online, que conseguem indicar com precisão o favoritismo de times do Brasil e do mundo em distintos torneios dos quais participam. Já no começo da temporada passada, o Palmeiras não se mostrava lá tão forte em seu favoritismo para títulos nacionais e internacionais, o que poderia ser verificado nos mencionados portais.
Essas projeções acabaram sendo confirmadas em campo. O Palmeiras caiu nas semifinais do Campeonato Paulista para o São Paulo e foi eliminado pelo Internacional na Copa do Brasil. Na Copa Libertadores, os também gaúchos do Grêmio tiraram o Verdão da competição, e a jornada da Série A foi repleta de tropeços e derrotas acachapantes, como o 3 a 0 sofrido contra o Flamengo no primeiro turno do Campeonato Brasileiro.
Mudanças eram mais do que necessárias, e elas vieram aos montes. Ainda que alguns erros de ajuste tenham acontecido, como a contratação de Mano Menezes no lugar de Scolari, é muito claro o impulso pela mudança dentro do ambiente do clube paulista.
Dentro desse contexto, a aposta por um veteraníssimo como Vanderlei Luxemburgo pode parecer estranha, afinal, os dois clubes que fecharam o ano em primeiro e segundo lugar no Brasileirão do ano passado, Flamengo e Santos, têm em seu comando técnicos estrangeiros que em teoria trazem métodos novos e quiçá melhores aos seus respectivos clubes.
No entanto, essa perspectiva é errônea, e a glamourização destes técnicos não faz muito sentido, haja vista que apenas Jorge Jesus, do Flamengo, demonstrou ser um investimento de peso. Jorge Sampaoli, por exemplo, comandante do Santos no ano passado, já nem mais se encontra no mercado brasileiro.
A questão principal para o Palmeiras não é seguir tendências ou fazer mudanças só para ter algo de novo em seu cotidiano, mas sim retornar à sua fórmula vitoriosa de anos anteriores, usando seus fundos de maneira inteligente. É isso o que o torcedor alviverde espera do seu time este ano.
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