A tragédia sanitária a passos largos se aproxima de 300.000 mortes. Se todo mundo for para a rua, sem “mimimi”, como presidente deseja, 300.000 óbitos serão, infelizmente, apenas o início do pesadelo nacional.
A forma presidencial de se olhar a pandemia levou, leva e levará a um caos ainda maior, não só no sentido humanitário e social – que é e deveria ser tratado como o principal – como também no econômico.
Além da perda clara na sociedade da percepção do valor primordial de uma vida, o que parcela dos brasileiros não percebeu – ou não quer perceber – é que o crescimento desenfreado de óbitos por COVID-19 traz e trará também problemas econômicos.
Afinal de contas, quem quer investir num país que tem corpos empilhados pelas ruas sem atendimento médico? Quais grupos do mercado internacional sentem segurança em se colocarem em uma nação conduzida por um presidente que apregoa aos quatro cantos contra a vacinação, que joga a todo momento contra a lógica e o bom-senso.
Agora, a pergunta que deve ser feita é: Por que um presidente nega a Ciência? Mas a indagação precisa ser feita com distanciamento político-ideológico. Ou melhor, pense se Lula, Getúlio, FHC ou Kubitschek dissessem que há estudos que mostram que as máscaras não funcionam para nada. São ex-presidentes, de diferentes correntes ideológicas – com seus erros e acertos – que não diriam uma asneira como essa!
Isso porque a razão não tem bandeira ideológica. O uso de máscaras, de vacinas ou remédios não pode ser determinado pela dicotomia BOLSONARISTAS x COMUNISTAS, do NÓS CONTRA ELES, estrategicamente instigada pelo presidente pensando apenas em sua eventual reeleição. Assunto de Saúde Pública é sério e quase todos os líderes mundiais o tratam segundo critérios científicos.
Não à toa, a condução errônea fez o Brasil sair do ranking das 10 maiores economias do mundo e cair para a 12ª colocação, de acordo com recente levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating. Em 2019, o país estava na 9ª posição.
Mais do que nunca, agora é hora de tomar posição. É preciso saber que futuro de Brasil que se quer. Ser contra isolamento social, uso de máscaras, entre outras medidas comprovadamente necessárias, é ingrediente para destruir o país em todos os sentidos. Salvar vidas é salvar tudo!
O planeta nos olha assustado. Nem o comandante da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, talvez o ditador mais isolado do mundo, nem o amigo de Bolsonaro, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, permitem que seus povos morram aos milhares, diariamente, por um vírus.
Pelo contrário! Com todas as ressalvas a se fazer sobre o líder norte-coreano e sobre o primeiro-ministro de Israel (e são muitas), fato é que são mais prudentes que Bolsonaro no enfrentamento ao COVID. Kim fechou as fronteiras de seu país e o chefe israelense gravou até mesmo propagandas de TV para incentivar à população de sua nação a se vacinar e para combater fake news.
Notem! Políticos de direita e de esquerda foram citados! E nenhum deles, ao que se sabe, pôs em dúvida algo tão importante como a vacinação contra o coronavírus. O que a Ciência diz o político tem que ‘abraçar’, em nome do bem comum. Referências científicas não têm partidos políticos!
Mas quando isso não ocorre o que se espera é indignação por parte da sociedade civil. Não dá e não há tempo para imobilidade. Os fãs ou não fãs de Bolsonaro têm o dever de cobrá-lo! Ele não tem previsão constitucional para agir da forma como age.
Você precisa urgentemente se decidir de que lado está, antes que seja tarde para o Brasil!
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