Maio é o mês das mães. Uma data altamente simbólica e recheada de amor, em que os filhos demonstram seus sentimentos e reconhecimento à aquelas que lhes geraram.
Presentes e flores são compradas. Almoços especiais e em lugares agradáveis. Um dia para ser lindo e feliz.
Porém algumas mães e filhos são privados de viverem esse clima, são reféns de uma violência silenciosa e fechada a quatro paredes.
A violência doméstica e familiar é uma dura realidade brasileira. Mães são mortas na presença de seus filhos, são humilhadas, desprezadas, vivendo o terror de conviverem com um homem agressor.
Onde todo e qualquer motivo caracterizam uma agressão.
O Brasil é o quinto país do mundo em número de morte de mulheres. No Estado de São Paulo, segundo recente pesquisa, os casos envolvendo mortes de mulheres subiu 76%.
Onde deveria ser nosso local seguro é o lugar mais perigoso para a mulher: seu lar. Os filhos infelizmente participam de tudo, ouvem tudo e sofrem junto a suas mães.
Atendi uma família fugida do ABC Paulista.
Um menino de 8 anos, determinado dia, cansado de ver sua mãe sofrendo e apanhando todos os dias, levantou-se bem cedo, pegou uma mochila e colocou dentro dela uma lata de leite, uma fralda de pano, um paninho de boca (sua irmãzinha tinha 4 meses) pegou na mão da mãe e disse: " vamos fugir", e pegaram carona.
Quis o destino que parassem na Coordenadoria dos Direitos da Mulher de Taboão, onde foram acolhidos e posteriormente embarcados para o norte, onde tinham família.
Conversando com o pequeno garoto, perguntei o que você quer ser quando crescer, ele me respondeu: " qualquer coisa que não me lembre o meu pai".
Casos iguais a desta família do ABC Paulista, existem milhares espalhados pelo Brasil, precisando de quem as acolha e as fortaleça a tomarem decisões de romperem o ciclo da violência.
Parabéns as mamães e coragem para serem felizes longe de maus tratos.
Mín. 14° Máx. 28°